domingo, 20 de novembro de 2011

TÓPICO--34. FRONTEIRAS 2


TÓPICO--34. FRONTEIRAS
Fronteiras, limites, territórios, são produto da história e representam a separação entre um país e outro. Em escala regional, nacional, internacional, a espacialidade representa o arranjo das fronteiras políticas. Com seus limites, sua história de lutas, conquistas, dominação, imposição de língua, costumes, religião, tradições, fragmentam e redefinem a configuração do território. Esses traçados imaginários desenham fronteiras simbólicas que podem ser segregadoras, instáveis, com soberanias difusas em conflitos religiosos, étnicos, políticos/estratégicos, culturais, econômicos, nacionais. O conceito de fronteira simbólica amplia o entendimento de desterritorialização(indivíduos que estão marginalizados do processo socioeconômico/cultural/político, sem lugar para viver, sem pátria, sem terra, sem casa) quando discute a noção de pátria, estado, território, povo, demarcando as diferenças e alteridades ligadas à exclusão.
O rompimento de fronteiras consiste em um dos aspectos mais difundidos na globalização. O capitalismo se reproduz não se importando com o bem-estar e a igualdade social e revela o aumento da desigualdade que é promovida pela acumulação de riquezas por uma minoria. A ampliação da desigualdade concorre para o fortalecimento do controle das fronteiras, a fim de sustentar o domínio dos fluxos migratórios, numa situação contraditória com a livre circulação de bens, informações e capital. Dificilmente se verifica um controle absoluto das fronteiras, configurando uma situação de ilegalidade não só em relação à migração como também no comércio internacional de mercadorias, inclusive de consumo proibido, como é o caso das drogas ilícitas. É a emergência da ilegalidade, representando uma ameaça ao controle dos governos sobre os fluxos que ultrapassam as fronteiras. Como a desterritorialização se manifesta em período recente? Essa indagação se justifica uma vez que o ataque à fronteira não ocorre necessariamente por divisões. Existem outras formas de desagregar um país, sobretudo, porque é possível comandar à distância, ações econômicas e políticas de forma dissimulada. Assim, a problemática das fronteiras adquire uma nova dimensão, a partir de outra definição de fronteira após esta invasão, por exemplo, pela informação. A diferença da distribuição da população, da riqueza, e da governabilidade combinada à comunicação global estimula o fluxo migratório que pressiona algumas fronteiras. As fronteiras políticas e o limite da soberania se estendem também sobre o ar. Segundo as regras internacionais, o espaço aéreo que recobre um país lhe "pertence".
ATIVIDADES:
1-O que é fronteira?
2-O que o texto diz sobre fronteira simbólica?
3- O que é desterritorialização?
4-De acordo com o texto, como o capitalismo se reproduz?
5- Que comércio representa uma ameaça ao controle das fronteiras?
6- De acordo com o texto, o que estimula a migração?
7- De acordo com o texto, coloque V ou F:
(   ) Para a  globalização não existem fronteiras
(   ) As fronteiras políticas e o limite da soberania se estendem também sobre o ar
(   ) A desigualdade na distribuição de renda estimula a migração.
(   ) A informática diminui as fronteiras simbólicas do comércio porque agiliza o processo.
(   ) O capitalismo aumenta a desigualdade social, porque acontece o acúmulo de riquezas por uma pequena parte da população

FRONTEIRAS E DESTERRITORIALIDADE
“Sem perspectivas de conseguir uma vida digna em seu próprio país, um grande número de bolivianos vem para o Brasil, principalmente para São Paulo, na esperança de encontrar melhores condições de subsistência. O Brás, bairro central da capital paulista, abriga milhares desses imigrantes. (..) René, porém, pode ser considerado um vencedor. Atingiu o objetivo do qual grande parte dos bolivianos que entram irregularmente no Brasil, à procura de melhores oportunidades de emprego (os chamados "migrantes laborais"), fica fora: montar a própria oficina de costura, ainda que humilde. Apesar do relativo êxito, teve de enfrentar uma via-crúcis. Ao chegar de La Paz, em 1996, recrutado por um colega também boliviano, René trabalhou três meses sem receber um centavo, resolveu buscar nova ocupação. Então, trocou várias vezes de patrão, até conseguir dinheiro para comprar sua primeira máquina e, assim, trabalhar por conta própria. Porém, as lembranças do tempo em que foi explorado ainda o acompanham. Com escassas horas de descanso, geralmente após as refeições, René e sua mulher chegavam a trabalhar em turnos de 16 horas diárias. Conseguiam costurar, aproximadamente, 30 peças por dia, recebendo de R$ 0,50 a R$ 1 por cada uma. (...) É impossível restringir o fluxo migratório proveniente da Bolívia. Os 3,4 mil quilômetros de fronteira inviabilizam a contenção de migrantes que fogem desesperadamente de um país que tem os piores indicadores sociais de toda a América do Sul, segundo o relatório mais recente sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que é divulgado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A Bolívia ocupa a posição de número 104, num total de 162 países. Para efeitos de comparação, o Brasil se situa na 69ª colocação. É por causa dessa conjuntura miserável que muitos bolivianos se sujeitam a condições subumanas de trabalho na cidade de São Paulo. “ Revista Problemas Brasileiros, nº 347, set/out. 2001 “Falta de perspectivas leva pelo menos 2 milhões de brasileiros a tentar a sorte em outras terras” Brasileiros,nº 336, nov.99,
ATIVIDADES:
1.     Que motivos levam os latino-americanos  a migrarem.
2.       Que parte do texto justifica que a nova divisão internacional do trabalho não mais coincide com as fronteiras dos estados nacionais?
3.       De acordo com o texto que objetivo foi alcançado por René?
4.       De acordo com o texto, René enfrentou via-crúcis antes de alcançar seu objetivo. Que dificuldades foram essas?
5.       De acordo com o texto, porque é difícil limitar a entrada de bolivianos ilegalmente no Brasil?
6.       Por que muitos bolivianos fogem da Bolívia?
7.       O que significa a sigla PNUD?
8.       Por que muitos bolivianos se sujeitam a condições subumanas de trabalho na cidade de São Paulo?

2 comentários:

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